
Enquanto escrevo este texto, o Claude Code está rodando em um terminal analisando um repositório base para extrair informações e gerar um desing responsivo na tabela de clientes. Apenas isso já me garante um ganho de tempo e coprodutividade fantástico.
É extremamente raro encontrar uma metodologia que supere em 10x, 100x ou mesmo 1000x a abordagem anterior, mas, de forma humilde, acredito ter descoberto uma metodologia revolucionária para criar protótipos de produtos digitais.
No desenvolvimento tradicional de software, passamos por vários “wireframes” antes de iniciar o desenvolvimento final. Estes wireframes funcionam como uma forma de comunicação entre o “product owner” e os desenvolvedores.
Wireframe: Montagens de projetos básicos, geralmente em escala de cinza mais ou menos conectados, o que seria na tradução literal um “amarrado de arames”.
Após esta fase, inicia-se a escolha de cores, modelos de negócio, fluxo do usuário, e começam as sessões intermináveis de trabalho com designers, programadores e pesquisadores até chegar ao “produto ideal”.
Só então começa a fase de desenvolvimento propriamente dita. Depois de alguns meses, surge o primeiro protótipo funcional, quando geralmente percebemos que o fluxo não está correto, exigindo uma nova rodada de design e custos adicionais.
Mesmo tentando “desenhar” tudo antecipadamente, a realidade rapidamente expõe as falhas do projeto. Nos primeiros desenvolvimentos, você percebe que alguns fluxos não estão ocorrendo conforme o previsto, forçando um retorno ao projeto para mudanças significativas.
Este processo é lento, dependente de múltiplos profissionais, variáveis e muito esforço humano, gerando stress considerável. Se você não tem uma equipe fixa, prepare-se para um stress ainda maior: o freelancer já pegou outros trabalhos e os desenvolvedores estão cansados de você mudando constantemente o projeto: receita certa para o fracasso.
Até que você decide aprender Figma para se livrar dos problemas de design, mas perceber que a curva de aprendizado é muito grande, e seu design é uma bela porcaria, e o tempo gasto é absurdamente inviável e te impede de ter uma vida digna.
Mas nem tudo está perdido! Uma luz do fim do túnel é vislumbrada…
Vamos então apelar para a IA e o “vibe coding”, que podemos chamar agora de “vibe design”:
Vibe Coding: Programar sem saber programar apenas digitando prompts para a IA.
Primeiro, defina claramente qual será seu projeto. Escolha React como seu ambiente de trabalho, garantindo que a IA saiba exatamente quais ferramentas utilizar para gerar seu protótipo, amparado por uma comunidade de código robusta e bem treinada.
Se você escolher outras tecnologias pode ser mais difícil para a IA criar os componentes necessários. Neste estágio isso é irrelevante porque depois você vai se preocupar com a tecnologia para a criação da interface.
Diferente do design tradicional, não comece com um sistema apenas preto e branco em wireframe. A IA tem uma tendência natural para criar elementos coloridos, e será frustrante forçá-la a criar apenas wireframes, toda hora você terá que relembrar ela disso, então, apenas deixe fluir e faça ajustes posteriormente, ou tente criar um sistema de cores básico inicialmente (hipótese não testada, depois você me fala se funcionou ou não).
É fundamental passar instruções claras para a IA. Deixe explícito que o projeto é apenas um protótipo de Frontend/Interface e não requer lógicas complexas de backend — o sistema precisa funcionar apenas visualmente. Caso contrário, a IA tentará criar lógicas de backend desnecessárias para esta fase.
Estude o nome dos elementos de design para comunicar-se efetivamente com a IA:
Consulte sites como Tailwind, TailwindPlus e DaisyUI para referências. Isso melhora significativamente o desenvolvimento do seu projeto. Compare os resultados:
“Faça um botãozinho informativo” vs. “Faça um toast de alerta e timeout de 2 segundos”
Estude as bibliotecas mais utilizadas em React, além do Tailwind para buscar mais referências, ou apenas pergunte para a IA se não conseguir identificar o nome de algum elemento ou use imagens como referência.
Ao finalizar, salve o projeto no GitHub para garantir que possa ser replicado e compartilhado com desenvolvedores. Em alguns você terá um protótipo funcional por uma fração do custo tradicional de horas e valor monetário.
Para iniciantes: Use o V0 da Vercel, que oferece uma interface amigável e já vem configurado para trabalhar com React.
Para usuários experientes: Vá direto para o Claude Code no modo agentic. Já experimentei o Qwen agentic, o Codex (OpenAI) e o Zed Code (integrado ao editor de textos), e o poder do Claude Code supera todos estes significativamente, mesmo o Zed utilizando também o Claude.
A escolha dependerá da sua familiaridade, experiência e volume de trabalho necessário. Você também pode contratar as requisições de API se quiser apenas testar ou usar o modo grátis direto no navegador.
Para projetos extensos, você provavelmente gastará mais que o plano básico, mas ainda será um investimento muito menor comparado aos métodos tradicionais.
Se o orçamento ainda estiver curto, contrate um mês e foque nisso até você encerrar sua prototipagem.
Comece criando um menu de navegação com os itens que você considera importantes para a implementação do seu sistema. A partir daí, desenvolva mais elementos até ficar satisfeito com o resultado.
Este método não apenas economiza tempo e dinheiro, mas também proporciona uma liberdade criativa. Você pode iterar rapidamente, testar diferentes abordagens e refiná-las sem as limitações típicas do desenvolvimento tradicional.
Você ainda precisará do designer, mas para dar aquele aspecto profissional ao projeto, ajustar cores e fluxos de UX, mas garanto que a experiência neste sentido será muito melhor com um design preestabelecido para refinamento posterior do que criar tudo do zero.